A potência produtiva do capital em termos concretos: do difícil início dos robôs leves
Não quero ceder à tentação de proclamar uma suposta nova forma de capitalismo. Em última análise, a questão do que é realmente novo não é respondida pela proclamação apressada de um novo tipo de capitalismo com base em (muitas vezes não realmente compreendidos) novos fenômenos técnicos. Em vez disso, a análise de desenvolvimentos historicamente concretos requer um olhar para o concreto – o concreto do trabalho e o concreto da tecnologia. Quero ousar tal abordagem aqui, deliberadamente limitada a robôs leves como uma das muitas facetas tecnológicas do que chamamos de Indústria 4.0 desde 2011.
É nesses termos que inicialmente Sabine Pfeiffer se propõe a examinar uma das facetas da chamada Industria 4.0, a robótica. A sua contribuição consiste em descrever o processo concreto da implantação dos “robôs leves” em 25 fábricas da Alemanha, de modo a identificar os problemas encontrados no uso da tecnologia e, diante dos desafios, a subsequente busca de explicação teórica consistente para dar conta da “lacuna entre as promessas de produtividade e a sua não concretização”. Nessa pesquisa, a autora faz uma releitura de Marx, especialmente do capítulo 11 de O Capital dedicado, na seção IV (produção da mais-valia relativa), à Cooperação, quando então apresenta as suas próprias teses. Para baixar e ler o texto clique aqui.
Para um possível diálogo com o texto de Pfeiffer sugerimos ao(a) leitor(a) retomar a parte 1 da publicação IA e a estreita bitola de medição da riqueza no capitalismo.
A imagem de capa da publicação – foto de um operário em linha de montagem da FIAT, em Betim, Minas Gerais – foi extraída da matéria “Operários criam laço com “robô-ajudante”, da Folha de São Paulo de 05.12.2018.
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