No maio deste ano lembrar a greve dos metalúrgicos de SBC em 1978
- eduardostotz
- 1 de mai.
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Atualizado: 6 de mai.
Eduardo Stotz
Ao comemorarmos o 1 de Maio de 2025 como um dia de luta da classe trabalhadora em todo o mundo, o site Encontraponto propõe à leitura de tod@s o capítulo Greve de Maio de 1978, extraído do livro "As lutas operárias e sindicais dos metalúrgicos em São Bernardo (1977-1979)", de Luís Flávio Rainho e Osvaldo Martines Bargas. O livro foi publicado pela Associação Beneficente e Cultural dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, nome oficial do Fundo de Greve, em 1983.
Obra de 248 páginas, nas quais estão incluídos discursos e documentos da época, constitui a descrição e a avaliação das greves de 1978 e de 1979 por autores que estiveram imersos nessas grandes experiências.
No capítulo em pauta, os autores do livro nos apresentam o movimento operário que, em maio de 1978, desencadeou greves nas grandes montadoras da Scania, Ford e Volkswagen de São Bernardo, nas quais fez seu aprendizado na luta, mostrou a sua capacidade própria de organização e o começo de amadurecimento político. Impulsionou a luta dos trabalhadores em todo o país.
Um processo que não teve continuidade, dado o deslocamento do processo de luta e organização das fábricas para as assembleias gerais da categoria, sob liderança e controle da direção sindical numa perspectiva economicista.
Os poucos grupos de esquerda revolucionária existentes na época, com forças reduzidas e falta de enraizamento, não foram capazes de se contrapor ao sindicalismo burguês que lentamente acabou por se impor, em vigência até nossos dias. Esta é a visão orientadora de análise do sindicalismo do ABC , escrita por mim na mesma época.
O Prefácio do livro As lutas operárias e sindicais dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo traz, no parágrafo inicial, uma advertência a se preservar na memória:
A classe trabalhadora é a única que tem interesse em mudar a sociedade. É também quem pode fazê-lo. Quando ela está adormecida tudo regride, aumentam a espoliação e a injustiça. Quando ela acorda e se movimenta cresce a esperança no coração de todos os que desejam e lutam por uma sociedade mais justa, sem explorados e exploradores.
Imagem de capa: Greve na Scania - Fundação Perseu Abramo