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Homenagem a Paulo Leminski



En la lucha de clases

Todas las armas son buenas

Piedras

Noches

Poemas


(manchete/caprichos & relaxos, 1983)


Ars longa, vita brevis.


Apesar de surrado, o aforismo em língua latina, originalmente atribuído Hipócrates, mas popularizado por Sêneca em seu ensaio Sobre a brevidade da vida, constitui verdadeira divisa ou sentença da vida humana. Cada um de nós é mortal, mas a arte, a obra em sentido amplo, pode aspirar à imortalidade.


Aqui estamos, pelo empenho de poetas como Paulo Leminski.


Pedras, noites, poemas.


Por que noites?


Noite é literalmente ausência de luz, escuridão, treva e esquecimento. Disse outro poeta: A noite caiu. Tremenda, sem esperança. Porém ela dissolve as fronteiras, as pátrias, os almirantes cintilantes, acrescentou Drummond.

Então, qual o sentido que a noite adquire nos versos de Leminski, quando remete à luta de classes? Contrapõe-se à luz, ao dia, ou seja, à labuta e à exploração. Por isso, seja no silêncio da reflexão, na festa e na musicalidade ou, ainda, no repouso, a noite manifesta sua potência de vida, comanda a existência livre da injunção e da submissão.

40 anos depois de publicado em Caprichos & relaxos (1983), os versos de Paulo Leminski continuam a inspirar o enfrentamento da ordem burguesa aparentemente infinita e derradeira.




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